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Desde pequenos que ouvimos dizer que a fruta é um dos pilares de uma alimentação rica e saudável. De facto, a fruta é um alimento notável em vitaminas, minerais, fitoquímicos, entre outros nutrientes. Estas características são responsáveis e desempenham um papel fundamental na prevenção de diversas doenças crónicas.
Algumas peças de fruta são associadas ao seu sabor mais doce, contudo, o valor nutricional vai muito para lá disso. É um facto que, na sua maioria, a fruta é composta por água, porém, para além de ajudar na hidratação do organismo, fornecem compostos antioxidantes e fibras essenciais para o bom funcionamento do nosso corpo.
O presente artigo explora a importância da fruta, a sua composição nutricional, o seu papel no controlo de peso e as diferenças entre consumir a fruta in natura e os sumos.
As frutas são uma fonte rica de vitaminas essenciais. A vitamina C está especialmente presente nos citrinos, kiwis e morangos; já a vitamina A destaca-se em frutas como manga, damasco e melão. As vitaminas do complexo B podem ser encontradas em bananas e abacates, e, embora em menor quantidade, o abacate e algumas bagas também fornecem vitamina E.
Funções das vitaminas no organismo:
A banana é uma excelente fonte de potássio, essencial para regular a pressão arterial e manter o equilíbrio hídrico do corpo. Já os citrinos podem fornecer boas quantidades de cálcio e magnésio.
No fundo, a fruta é muito mais do que sacarose - açúcar naturalmente presente. Não devemos ignorar os minerais e vitaminas que tanto contribuem para a nossa saúde.
Os fitoquímicos são compostos orgânicos que podem ser encontrados em alimentos de origem vegetal, como é o caso da fruta, e trazem imensos benefícios à saúde. De acordo com vários estudos científicos, os fitoquímicos têm propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e até anticancerígenas.
Exemplos incluem os polifenóis (encontrados em frutos vermelhos e uvas), os carotenóides (em frutos alaranjados, como manga e papaia) e os flavonoides (em citrinos, bagas e até maçãs).
A maior parte da fruta é constituída por água. O melão, a melancia e os morangos são alguns exemplos com mais de 90% de água na sua composição. A elevada percentagem de água contribui, naturalmente, para a hidratação do organismo, revelando-se particularmente útil em dias de calor. Embora a água por si só seja indispensável, a fruta oferece um “bónus” ao fornecer minerais e eletrólitos que ajudam a repor as perdas do corpo.
Um dos pontos fortes da fruta é o seu conteúdo em fibras, tanto solúveis como insolúveis. A fibra solúvel, presente na maçã e na pêra, ajuda a reduzir o colesterol LDL ("mau colesterol") e a controlar os níveis de açúcar no sangue, ao retardar a absorção de açúcares. Por outro lado, a fibra insolúvel, encontrada em frutas como o ananás e na casca de maçãs e pêras, promove um trânsito intestinal saudável e previne a obstipação. Além disso, as fibras das frutas ajudam a manter uma microbiota intestinal equilibrada, o que é importante para regular o sistema imunitário e prevenir inflamações crónicas.
Consumir fruta regularmente está, normalmente, associado à diminuição do risco de várias doenças crónicas.
Embora ainda seja um tema em estudo, há provas crescentes de que consumir frutas e vegetais pode melhorar a saúde mental. Os antioxidantes e as vitaminas do complexo B ajudam na regulação dos neurotransmissores e na redução do stress oxidativo no cérebro, contribuindo para o equilíbrio emocional.
Além disso, a fruta é baixa em calorias e rica em fibras e água, promovendo a saciedade e ajudando no controlo do peso. Ao mastigar lentamente, o volume que a fruta ocupa no estômago ajuda a evitar o consumo excessivo de calorias, tornando-a uma boa aliada numa dieta equilibrada, quer para perder peso, quer para a manutenção.
Embora muitas vezes se pense que o sumo de frutas equivale ao consumo de frutas inteiras, existem diferenças importantes. Para fazer um copo de sumo, são necessárias várias peças de fruta, o que concentra os seus açúcares naturais e elimina grande parte das fibras. Além disso, dependendo do método de extração, algumas vitaminas sensíveis ao oxigénio e à luz podem degradar-se.
Fibra: O sumo praticamente não contém a parte fibrosa da fruta, permitindo que os açúcares sejam absorvidos mais rapidamente e potencializando picos de glicemia.
Índice glicémico: Ao remover as fibras, o índice glicémico do sumo aumenta, o que pode provocar flutuações rápidas nos níveis de açúcar no sangue.
Saciedade: Beber um copo de sumo não gera a mesma saciedade que mastigar e ingerir uma peça de fruta inteira.
A maioria dos sumos de pacote contém ainda mais açúcares e conservantes. De facto, passam por processos industriais que podem reduzir o seu valor nutricional. Por isso, os sumos naturais são sempre a melhor opção.
Quando consumimos fruta inteira, o ato de mastigar e a presença de fibras fazem com que os açúcares naturais lentamente, evitando picos de glicemia. No caso do sumo, há um risco maior de ingerir calorias em excesso, já que um copo pode conter o açúcar de duas ou três peças de fruta, sem proporcionar a mesma sensação de saciedade. Assim, para quem pretende perder peso ou manter um índice de massa corporal equilibrado, optar pela fruta inteira é, geralmente, uma escolha mais segura.
Naturalmente, isto não significa que o sumo de frutas deva ser completamente excluído da dieta. Em contextos específicos – como após um treino intenso, quando o organismo pode beneficiar de uma absorção rápida de açúcares para repor o glicogénio muscular – o sumo pode ser útil. Contudo, mesmo nessa situação, é aconselhável consumi-lo acompanhado de uma fonte de proteína ou gordura saudável, como um iogurte magro, para ajudar a moderar a resposta glicémica.
No entanto, para a maioria das pessoas, o consumo frequente de sumo pode contribuir para o aumento da ingestão calórica e de açúcares, pelo que é preferível reservá-lo para ocasiões pontuais. É também importante ter em atenção a acidez de alguns sumos, que pode afetar a saúde dentária.
Um dos conceitos importantes para quem está em processo de perda de peso é a densidade energética dos alimentos. Alimentos com baixa densidade energética fornecem menos calorias, ajudando a controlar a ingestão calórica diária. A fruta, especialmente a que tem maior conteúdo de água (como melancia, melão, morangos, laranja), enquadra-se neste perfil.
Para tirar o melhor partido da fruta e auxiliar no processo de emagrecimento ou manutenção do peso:
Consumir a fruta ao longo do dia, em diferentes refeições ou lanches, pode ser mais benéfico do que comer várias peças de uma só vez. Isto evita picos glicémicos muito elevados e mantém o metabolismo ativo. Para quem treina, é comum a ingestão de fruta antes ou depois do exercício, aproveitando os hidratos de carbono para fornecer energia ou para ajudar na recuperação muscular.
As frutas são alimentos altamente perecíveis, uma vez que têm um elevado teor de água e nutrientes, o que facilita a sua deterioração. Por isso, é recomendável optar por frutas da época, pois além de estarem no auge do seu sabor, apresentam melhor qualidade e maior valor nutricional. São também mais frescas, económicas e, geralmente, requerem menos tratamentos pós-colheita. Esta escolha contribui ainda para reduzir o impacto ambiental, já que envolve menos transporte e refrigeração, ao mesmo tempo que apoia a produção local.
Para além de optar por frutas frescas, é importante privilegiar versões com o mínimo de processamento possível. Isso significa evitar frutas em calda ou polpas com açúcares adicionados. No caso de escolher sumos embalados, é essencial ler o rótulo e verificar a lista de ingredientes, dando preferência aos que são 100% fruta e sem adição de açúcar. Ainda assim, mesmo os sumos mais naturais não substituem a fruta inteira, especialmente no que toca ao teor de fibras.
Apesar de ser uma excelente fonte de vitaminas e minerais, a fruta não deve ser encarada como a única. Uma alimentação equilibrada deve incluir também hortícolas, cereais integrais, leguminosas, proteínas magras (como peixe, carnes brancas e ovos) e gorduras saudáveis, como o azeite ou os frutos secos. Combinar a fruta com outros alimentos nutritivos contribui para uma dieta completa, capaz de suprir todas as necessidades do organismo.
A prática regular de atividade física é igualmente essencial para um estilo de vida saudável. A fruta pode ser uma aliada valiosa antes e depois do treino, fornecendo energia, vitaminas e minerais que favorecem a recuperação. Ainda assim, é fundamental manter uma boa hidratação, pois, embora contenha água, a fruta não substitui a ingestão adequada de líquidos ao longo do dia.
É comum ouvir que “tudo o que é demais faz mal”, e isso aplica-se também à fruta. Apesar de ser um alimento nutritivo e saudável, deve ser consumida com moderação, especialmente por quem precisa de controlar a ingestão de açúcares, como em casos de diabetes ou excesso de peso. Respeitar o limite de duas a três porções por dia, ou seguir a recomendação de um nutricionista, é uma forma sensata de tirar proveito dos seus benefícios sem excessos.
A fruta é, sem dúvida, um dos alimentos mais completos do ponto de vista nutricional. É rica em vitaminas, minerais, fibras e compostos naturais que fazem bem à saúde. Além disso, tem muita água, o que ajuda na hidratação e favorece o metabolismo. A fibra presente na fruta é importante para regular o intestino e controlar o apetite, o que a torna uma excelente aliada numa alimentação equilibrada.
Quando comparamos a fruta inteira ao sumo de fruta, a melhor escolha é quase sempre a peça inteira. Ao comermos a fruta tal como ela é, mantemos as fibras, o que ajuda a evitar picos de açúcar no sangue e aumenta a sensação de saciedade. Já o sumo, apesar de prático, perde grande parte das fibras e concentra os açúcares de várias frutas num só copo. Isso pode levar a um consumo maior de calorias e, a longo prazo, afetar o equilíbrio do organismo.
Para quem quer controlar o peso ou apenas manter uma alimentação saudável, a fruta inteira é a opção mais segura e benéfica. Os sumos podem ter o seu lugar em momentos específicos, como depois de um treino mais intenso, quando o corpo precisa de repor energia de forma rápida.
No final, é importante lembrar que cada pessoa tem necessidades diferentes. Por isso, adaptar o consumo de fruta ao estilo de vida e às necessidades individuais é sempre a melhor estratégia.