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Queres fazer voluntariado, mas não sabes o quê, nem por onde começar a procurar? Então, este guia vai-te ajudar.
Vivemos num mundo interligado, onde as ações de um único indivíduo podem impactar positivamente inúmeras vidas. O voluntariado é uma dessas ações: um gesto de empatia e solidariedade que transcende fronteiras culturais, económicas e sociais. Trata-se de um compromisso desinteressado com o bem comum, em que dedicamos tempo, esforço e habilidades para contribuir com causas que realmente importam.
Se a pandemia ensinou algo, foi sobre a importância de estarmos unidos em momentos de adversidade. Num cenário em que muitos enfrentaram perdas, insegurança e desafios, tornou-se ainda mais evidente a necessidade de uma rede de apoio e cuidado. E é exatamente aqui que o voluntariado ganha um papel fundamental, proporcionando ajuda àqueles que mais precisam, enquanto promove um mundo mais justo e solidário.
Contudo, o voluntariado não é apenas sobre dar, é também sobre crescer. É uma oportunidade de aprender, criar conexões e construir uma sociedade em que o apoio mútuo seja a base. E se temos os recursos, a saúde e a disposição para ajudar, por que não fazê-lo?
Assim, voluntariado trata-se de um conjunto de ações com interesse social e comunitário, cuja atividade reverte a favor do serviço e do trabalho com objetivos de escolaridade, cívica, científicos, recreativos, culturais ou outros. Esta atividade é realizada sem qualquer contrapartida ou recebimento, pelo que visa sempre o bem-estar social: ajudar quem precisa, contribuindo para um mundo mais justo e mais solidário.
O voluntariado pode assumir diversas formas, adaptando-se às necessidades das comunidades e às possibilidades de cada pessoa. As iniciativas podem ser realizadas de maneira presencial ou até online, dependendo da disponibilidade e das competências de quem deseja contribuir.
Entre as modalidades mais comuns, estão as ações individuais, muitas vezes associadas a determinadas profissões. Médicos, psicólogos e advogados, por exemplo, podem prestar serviços especializados de forma gratuita, ajudando aqueles que não têm acesso a esses recursos.
Outra forma de voluntariado é a participação em campanhas sociais e comunitárias. Estas podem incluir desde a doação de sangue ou o registo como potencial doador de medula óssea até atividades como a limpeza de praias ou espaços públicos.
O voluntariado também pode ser realizado em grupo, com a formação de organizações locais de apoio. Estas iniciativas são direcionadas para suprimir as necessidades específicas de determinados segmentos da população, como vítimas de violência, pessoas em situação de sem-abrigo, ou comunidades carenciadas. Associações de moradores, grupos de suporte emocional ou projetos de distribuição de alimentos são exemplos de como o esforço coletivo pode fazer a diferença
Além disso, existem projetos de educação e desenvolvimento social, como programas de alfabetização ou apoio a crianças em situação de vulnerabilidade. Estes projetos, muitas vezes integrados em organizações sociais, oferecem oportunidades em quase todas as áreas de atuação, permitindo que cada voluntário contribua de acordo com suas habilidades e interesses. Como se pode perceber, as possibilidades de voluntariado são amplas e variadas. Não faltam formas de contribuir para um mundo mais justo e solidário — o mais importante é dar o primeiro passo.
Ainda que o queiras fazer de forma continuada, será que tens o perfil certo para tal? Afinal, é de fundamental importância ter determinadas características, pois o voluntariado implica doares o teu tempo e uma parte de ti a uma causa.
*Liberdade: és voluntário porque queres;
*Desinteresse e gratuitidade: não esperas receber nada em troca nem qualquer tipo de compensação;
*Lealdade: enquanto voluntário deves atuar de forma leal à organização ou à causa em que te envolveste;
*Respeito pela missão, valores e objetivos institucionais da entidade ou causa;
*Solidariedade, complementaridade e responsabilidade.
Envolveres-te com um projeto de voluntariado é muito mais do que doar tempo - é assumir um compromisso ético com a causa escolhida e com as pessoas ou comunidades que dela dependem. No entanto, antes de iniciar, é essencial refletir se tens o perfil necessário para assumir essa responsabilidade. O voluntariado não exige perfeição, mas requer que estejas alinhado a princípios que garantam o impacto positivo do teu trabalho.
1. Liberdade
O voluntariado baseia-se, acima de tudo, na liberdade de escolha. Ser voluntário é uma decisão pessoal e intransferível, motivada pelo desejo genuíno de ajudar. Para que a experiência seja verdadeiramente enriquecedora, é importante que esta escolha seja feita de forma espontânea, sem pressões externas ou obrigações.
2. Desinteresse e Gratuitidade
Uma das características mais marcantes do voluntariado é a ausência de expectativa de retorno. Ser voluntário significa atuar sem esperar qualquer compensação financeira ou material. O verdadeiro valor do trabalho voluntário está na gratificação pessoal de saber que contribuíste para o bem-estar de outros, tornando o mundo um lugar mais justo e solidário.
3. Lealdade
A lealdade é um dos pilares do voluntariado. Ao escolheres apoiar uma causa ou organização, é essencial agir com integridade e respeito, comprometendo-te com as regras, valores e missões definidas. Cumprir com aquilo a que te propuseste é um sinal de respeito não apenas pela entidade, mas também pelas pessoas que dependem do teu trabalho.
4. Respeito pela Missão, Valores e Objetivos
Cada organização ou causa possui uma identidade própria, refletida em sua missão e valores. Como voluntário, é fundamental conhecer e respeitar esses princípios, garantindo que as tuas ações estejam alinhadas aos objetivos da entidade. Este alinhamento evita conflitos e contribui para o sucesso do trabalho coletivo.
5. Solidariedade, Complementaridade e Responsabilidade
Ser voluntário é um ato de solidariedade, mas também de responsabilidade. Isso significa compreender que o teu papel complementa o trabalho de outros, seja em uma organização ou numa comunidade. Reconhecer que fazes parte de um esforço coletivo ajuda a criar um ambiente colaborativo e eficiente, onde todos têm um papel importante a desempenhar.
O voluntariado é uma via de mão dupla: ao mesmo tempo que ofereces o teu tempo e as tuas habilidades, ganhas experiências transformadoras e enriquecedoras. No entanto, é fundamental que as tuas ações sejam guiadas por estes princípios éticos, garantindo que o impacto seja sempre positivo e respeitoso.
É importante lembrar que os voluntários também têm direitos garantidos por lei. Em Portugal, o enquadramento legal protege aqueles que se dedicam ao voluntariado, assegurando que a sua experiência seja segura, respeitosa e significativa. Entre os direitos garantidos, destacam-se:
- Exercer o Voluntariado com Base nas suas Competências e Motivações Pessoais
Os voluntários têm o direito de desempenhar atividades que estejam alinhadas com os teus conhecimentos, experiências e interesses, potencializando o impacto do teu trabalho.
- Acesso a Programas de Formação
As organizações têm o dever de proporcionar formação aos voluntários, permitindo que estes aprimorem as suas competências e melhorem a qualidade do serviço que prestam.
- Apoio e Acompanhamento
O voluntário tem direito a receber suporte no desempenho das suas funções e ser acompanhado ao longo do processo, garantindo que o trabalho seja realizado com confiança e eficiência.
- Condições de Higiene e Segurança
É obrigatório que as atividades voluntárias sejam realizadas em ambientes que respeitem normas de higiene e segurança, protegendo o bem-estar do voluntário.
- Reconhecimento pelo Trabalho Realizado
As entidades devem reconhecer e valorizar o papel dos voluntários, destacando a sua contribuição para as causas e comunidades que servem.
- Cartão de Identificação de Voluntário
Para formalizares a tua participação, o voluntário tem o direito de receber um cartão de identificação, que legitima a sua condição e facilita o reconhecimento em diferentes contextos.
Ser voluntário não é apenas uma questão de direitos; é também assumir deveres que garantem o bom funcionamento da relação com a organização, com os colegas e, principalmente, com os beneficiários.
Os voluntários devem respeitar a dignidade de cada indivíduo, as suas convicções ideológicas, religiosas e culturais, preservando a vida privada e protegendo os beneficiários de exposições públicas desnecessárias. O sigilo sobre informações confidenciais é fundamental, assim como a capacidade de agir com bom senso diante de situações imprevistas. Além disso, o voluntariado deve ser guiado pelo desinteresse, com foco no bem-estar e no desenvolvimento pessoal daqueles que são alvo da ação.
Na relação com a organização, os voluntários têm o dever de:
- Seguir os princípios e normas estabelecidos;
- Conhecer e respeitar as regras de funcionamento e os objetivos dos projetos;
- Atuar com cuidado, solidariedade e responsabilidade;
- Zelar pela boa utilização dos bens materiais disponibilizados.
Cumprir estes deveres é essencial para garantir que o trabalho voluntário seja realizado com ética, eficiência e respeito, promovendo um impacto positivo e duradouro.
Se tens vontade de contribuir para o bem-estar da tua comunidade, as opções para fazer voluntariado são vastas e diversificadas. Existem inúmeras entidades e organizações à procura de pessoas comprometidas e solidárias para ajudar em causas pontuais ou de longo prazo.
No caso do Fitness UP, ainda este ano partimos para uma jornada épica até África! A 22ª Missão Humanitária à Guiné-Bissau foi inesquecível para todos nós. Testemunhámos de perto uma realidade muito diferente e voluntariámo-nos para ajudar quem mais precisa. É com orgulho que realizámos esta jornada com o objetivo de distribuir 700 manuais escolares por várias escolas em Bigene, atenuando as desigualdades e criando mais oportunidades para os mais desprotegidos e vulneráveis. Missão cumprida!
Além da HumanitAVE, há muitas Associações que podemos ter em conta para demonstrar a nossa veia solidária:
A Bolsa do Voluntariado é um excelente ponto de partida, oferecendo uma lista abrangente de oportunidades disponíveis em diferentes áreas de atuação. Basta aceder à plataforma, explorar as opções e encontrar a iniciativa que mais ressoa com os teus valores e interesses.
Além disso, as juntas de freguesia, câmaras municipais e paróquias locais também costumam promover programas de voluntariado adaptados às necessidades da comunidade. Ao entrares em contato com essas instituições, podes descobrir formas de contribuir diretamente para o bem-estar do teu bairro ou cidade.
Há ainda entidades nacionais de grande relevância que procuram constantemente voluntários para apoiar as suas missões. O Banco Alimentar, por exemplo, realiza campanhas periódicas para recolha e distribuição de alimentos, enquanto organizações como a Refood e a Cruz Vermelha promovem ações de ajuda humanitária e combate ao desperdício alimentar. Já a AMI, a Liga Portuguesa Contra o Cancro e o Serviço Voluntário Europeu oferecem oportunidades que abrangem desde a área da saúde até o desenvolvimento social, tanto em território nacional como internacional.
Independentemente de onde escolhas atuar, o importante é encontrar uma causa que te inspire e te permita colocar as tuas habilidades e paixão em prática. Ao juntares-te a uma organização, estarás a fazer a diferença na vida de muitas pessoas e, ao mesmo tempo, a enriquecer a tua própria experiência pessoal.
O voluntariado é uma via de transformação mútua — beneficia quem recebe e engrandece quem dá. Que tal começares hoje? A tua ajuda pode ser exatamente o que falta para transformar uma realidade.