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É uma doença autoimune que afeta principalmente as mulheres em idade fértil. A 10 de maio assinalou-se o Dia Mundial do Lúpus, por isso, decidimos escrever sobre este problema de saúde que afeta vários portugueses.
Em vez de proteger o organismo, o sistema imunitário ataca-o, podendo levar ao aparecimento de processos inflamatórios e alteração de vários sistemas corporais. Dor, calor, vermelhidão e inchaço são sintomas comuns do lúpus.
Esta doença inflamatória crónica pode envolver as articulações, rins, pele, membranas mucosas e paredes dos vasos sanguíneos.
QUAL A ORIGEM DO LÚPUS?
Não existe uma causa conhecida para esta doença. Sabe-se, contudo, que se trata de uma patologia crónica, podendo o doente ter fases de doença ativa e inativa. Além disso, os familiares de doentes com doenças autoimunes têm maior probabilidade de serem afetados por esta doença.
É mais comum no sexo feminino, sobretudo em mulheres em idade fértil (entre os 18 e os 55 anos), mas os homens também podem ser atingidos.
Atualmente, em Portugal, existem cerca de quatro mil casos de lúpus registados.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS MAIS COMUNS?
Os sintomas do lúpus podem variar muito de pessoa para pessoa. Tanto podem começar subitamente com febres altas; como lentamente com episódios pontuais de febre, mal-estar, ou até dor nas articulações.
Todavia, com o passar do tempo, os sintomas podem afetar qualquer sistema orgânico.
Problemas nas Articulações
As dores intermitentes nas articulações ocorrem em cerca de 90% das pessoas e podem persistir durante anos até se chegar a um diagnóstico.
Problemas de Pele e Mucosas
Ao nível da pele, o lúpus pode provocar erupções cutâneas avermelhadas em forma de borboleta na zona do nariz e das bochechas; caroços salientes ou áreas de pele fina; áreas avermelhadas salientes ou não em regiões expostas do rosto, pescoço, parte superior do tórax e cotovelos.
Mais raras são as bolhas e feridas em especial no céu da boca, interior das bochechas, gengivas e interior do nariz.
Também se pode registar perda de cabelo ou pelos.
As mãos podem também ficar avermelhadas, incluindo inchaço ao redor das unhas.
Poderão aparecer marcas de pisaduras, sem que se saiba a origem.
Problemas Pulmonares
É possível que o lúpus provoque alguma dor ao respirar profundamente, porém a falta de ar é rara.
O bloqueio de artérias do pulmão provocado por coágulos de sangue (trombose) também pode ocorrer.
Problemas Cardíacos
Pessoas com lúpus podem sentir dor torácica devido à inflamação da membrana que envolve o coração (pericardite). Existem alguns efeitos mais graves, porém raros, como inflamação das paredes das artérias coronárias, que pode provocar angina e inflamação do músculo cardíaco – em casos graves prove levar mesmo à insuficiência cardíaca.
Nódulos Linfáticos e Problemas no Baço
No lúpus também é frequente o aumento generalizado dos linfonodos, especialmente nos pacientes mais jovens, e um aumento do volume do baço.
Problemas do Sistema Nervoso
Dores de cabeça do tipo enxaqueca, epilepsia ou distúrbios mentais graves podem também ser as primeiras anormalidades notadas.
Problemas Renais
Quando o lúpus afeta os rins, então, o caso é grave, porque não dá sintomas e pode, de facto, ser fatal. Tal reflete-se em elevada hipertensão arterial e proteína na urina, o que leva ao inchaço nas pernas.
Problemas Sanguíneos
As contagens de hemácias, leucócitos e plaquetas podem diminuir. Como tal, podem ocorrer hemorragias frequentemente, assim como coágulos sanguíneos.
Problemas do Trato Gastrointestinal
Neste aspeto, o lúpus pode provocar náusea, diarreia e desconforto abdominal indeterminado.
Como Se Deteta o Lúpus?
Além do aparecimento de alguns dos sintomas mencionados, sem outra causa detetada, então, o diagnóstico de lúpus é feito através dos achados clínicos e da dosagem de anticorpos no sangue, nomeadamente o FAN, um anticorpo contra proteínas do núcleo das células.
Os casos de lúpus discoide isolado são a exceção, podendo não ter este anticorpo positivo.
A presença de dois outros anticorpos estão também muito associados ao lúpus: Anti-Sm e anti-DNA(ds). Pelo que esta tríade é fundamental para o diagnóstico.
QUE TRATAMENTOS EXISTEM?
O lúpus não tem cura, pelo que o tratamento visa dar mais qualidade de vida ao doente, bem como prevenir a lesão de órgãos vitais e a manutenção da doença na fase inativa. Assim, há várias coisas a fazer.
Medicação
Em casos mais graves é necessário o uso de medicação anti-inflamatória, que diminui a inflamação e a dor. Também se pode recorrer a antimaláricos, que ajudam a estabilizar o sistema imune; bem como corticoides, importantes nas formas cutâneas e articulares graves. Por seu lado, os imunossupressores permitem reduzir a resposta inflamatória autoimune que existe no lúpus.
Exercício e Fisioterapia
Ter um estilo de vida saudável, com a prática regular de exercício físico é fundamental para o bem-estar do doente. Assim como a fisioterapia em casos moderados a graves, visto que a combinação de ambos ajuda a relaxar e a manter a função dos músculos e articulações.
Alimentação
O doente deve também seguir uma dieta equilibrada, especialmente quando o lúpus começa a afetar a parte renal ou gastrointestinal.
Cuidados e Proteção na Exposição Solar
A exposição aos raios ultravioleta, solares ou artificiais, deve ser evitada, porque pode precipitar surtos na pele e noutros órgãos. Como tal, o uso de protetor solar, em qualquer altura do ano e em qualquer circunstância é fundamental.
Fontes:
CUF – Lúpus
MD.Saúde - Lúpus
Manual MSD - Lúpus