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Sabemos que é um tema sensível, mas acreditamos também que no Blog UP não pode haver assuntos tabu. Hoje falamos de bullying.
O bullying é um comportamento propositadamente agressivo, violento e humilhante, que envolve um desequilíbrio de poder: quem o exerce e quem com ele sofre. Ainda que esta luta de poderes possa acontecer em diversas fases da nossa vida, é mais comum nas crianças e nos adolescentes, o que pode ser altamente perturbante e marcante para o resto da vida.
E é nesse que nos vamos focar, visto que o que acontece quando se é mais novo pode marcar qualquer um de forma incondicional e definir a respetiva personalidade.
Este tipo de bullying pode acontecer na escola, na internet e afeta tanto rapazes como raparigas.
SOU PAI: COMO POSSO SABER SE O MEU FILHO SOFRE DE BULLYING?
As crianças vítimas de bullying estão sempre com medo, sentem muita ansiedade que se manifesta em dores físicas psicossomáticas (dor de cabeça, de estômago, cansaço) e começam a apresentar grandes dificuldades em se concentrarem na escola. Parece ainda haver um pacto de silêncio entre quem sofre e quem agride, daí que seja, muitas vezes, difícil de descortinar o que está realmente a acontecer.
Além disso, as vítimas podem ficar abatidas, impacientes, mais alheadas da família, dos amigos e dos hobbies de que tanto gostavam ou, por outro lado, mais zangadas e muito irritáveis.
Se a fonte do problema for a escola, então, a falta de vontade de ir é também um sinal de alerta, bem como as alterações de humor e começar a baixar as notas.
A criança ou adolescente pode também ficar com a roupa rasgada, apresentar hematomas ou feridas sobre as quais não quer falar ou para as quais inventa sempre as mesmas desculpas. Pode também ter pesadelos e dificuldade em dormir.
É certo que muitas destas questões estão simplesmente associadas a problemas típicos do crescimento e da adolescência, mas nunca é demais ficar atento.
QUE FORMAS DE BULLYING EXISTEM?
Muitas mais do que podes imaginar, o que nos leva a considerar este problema um verdadeiro perigo.
1. Bullying físico
* Empurrar, amarrar ou prender;
* Dar bofetadas, murros ou pontapés;
* Cuspir, morder;
* Roubar dinheiro ou outros bens pessoais;
* Rasgar roupa e/ou estragar objetos.
2. Bullying Sexual
* Insultar ou fazer comentários de natureza sexual;
* Obrigar à prática de atos sexuais.
3. Bullying Verbal
* Chamar nomes;
* Gritar;
* Gozar, fazer comentários negativos ou críticas humilhantes;
* Ameaçar.
4. Bullying Social
* Deixar de fora dos trabalhos de grupo e/ou dos jogos;
* Inventar mentiras;
* Espalhar rumores, boatos ou comentários negativos ou humilhantes.
5. Cyberbullying
* Espalhar informação falsa, assediar/perseguir, incomodar e/ou insultar através de SMS, MMS, e-mail, websites, chats, redes sociais.
6. Bullying Homofóbico
Forma de bullying motivada pelo preconceito em relação à orientação sexual ou identidade de género de outra pessoa. Pode tomar a forma de bullying físico, sexual, verbal, social e/ou cyberbullying, como, por exemplo:
* Contar (ou ameaçar contar) a outras pessoas, contra a nossa vontade, segredos ou informações sobre a nossa sexualidade;
* Discriminar com base na nossa identidade e expressão do género sexual (relacionado com a maneira como nos vestimos ou nos expressamos);
* Fazer comentários negativos de cariz sexual e/ou gestos obscenos;
* Praticar toques sexuais indesejados ou outros atos sexuais contra a nossa vontade;
* Fazer comentários e/ou piadas homofóbicas;
* Denegrir a nossa imagem junto de outras pessoas, inventando mentiras ou espalhando rumores/informação falsa;
* Excluir propositadamente do nosso grupo de amigos e/ou forçar o afastamento dos amigos ou das pessoas que nos são mais próximas;
* Deixar de fora das atividades, dos desportos/jogos e/ou das coisas que gostamos de fazer.
O QUE PODEM OS PAIS FAZER NUMA SITUAÇÃO DESTAS?
Os pais devem tomar atitudes preventivas e conversar abertamente com os filhos sobre o que é o bullying, independentemente de desconfiarem se o seu filho está numa situação deste género. A informação é sempre útil e mostra abertura para que quando a criança ou adolescente tenha algum problema se possa sentir mais à vontade para conversar com os pais. A comunicação aberta e informal é muito importante nas relações familiares.
De igual modo, os pais podem encorajar os filhos a denunciar situações de bullying que tenham presenciado a um adulto de confiança, como os professores ou psicólogos, por exemplo.
Perguntar como foi o dia da criança é também muito importante, porque poderão daqui interpretar determinados comportamentos, ações ou reações que não sejam normais e, como tal, ficar mais alerta.
E, o mais importante de tudo, os pais devem ser o exemplo dos filhos, pelo que devem sempre tratar os outros com respeito, educação e bom senso. Caso contrário, a criança vai achar que aquele tipo de comportamento é normal e pode adotá-lo sem problema.
E Qual o Papel da Escola?
A escola disponibiliza vários profissionais que podem ajudar as crianças e adolescentes nas mais variadas situações, mas é preciso dar a conhecer esses recursos de forma descontraída, e não impor determinados tipos de comportamento.
Poderão fazer workshops periodicamente, sobre diferentes temas, entre os quais se deve incluir o bullying.
Fonte:
Escola Saudável Mente – Falar sobre o Bullying