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O desemprego e saúde mental são duas áreas conexas pelo impacto na vida pessoal e profissional, com consequências significativas no bem-estar psicológico, social e económico. Na esfera pessoal, é comum experienciar sentimentos de ansiedade, medo e insegurança, que podem evoluir para problemas mais graves, como depressão e isolamento social. Profissionalmente, a perda de emprego pode resultar na diminuição do poder de compra e afetar a qualidade de vida.
Este artigo propõe-se ser um guia de estratégias para lidar com o desemprego e saúde mental, com base em conselhos práticos da Ordem dos Psicológicos para lidar com os desafios decorrentes desta situação. Ao reconhecer os sentimentos comuns associados ao desemprego, pretende-se fornecer ferramentas que auxiliem na manutenção da saúde mental e na procura por novas oportunidades profissionais. Compreender os impactos do desemprego é fundamental para promover a resiliência e a construção de um futuro mais estável.
O primeiro passo para lidar com as dificuldades do desemprego e saúde mental é aceitar a situação como temporária. Embora a perda de emprego possa ser emocionalmente difícil de gerir, é importante não se prender aos sentimentos negativos como raiva ou arrependimento. Estar desempregado não significa ser um falhado; trata-se de um período transitório que será superado com o tempo devido. Nesse sentido, a forma como se comunica consigo sobre a situação de desemprego e saúde mental é fundamental para a recuperação emocional, evitar o pessimismo e manter a motivação.
O impacto do desemprego e saúde mental é traduzido em sentimentos de tristeza, frustração e insegurança. O trabalho muitas vezes define a nossa identidade e por isso a sua perda pode ser vista como um "luto". No entanto, é importante perceber que não está sozinho e que se trata de um momento transitório. A Ordem dos Psicólogos sugere que a saúde mental deve ser priorizada, sendo fundamental reconhecer e aceitar esses sentimentos, enquanto procura formas de lidar com eles de maneira construtiva.
Falar com alguém de confiança, como amigos, familiares ou até um psicólogo, pode ajudar a reduzir a ansiedade e o stress. Compartilhar as dificuldades não só fortalece as relações, mas também traz alívio emocional. O apoio familiar também é crucial porque oferece estabilidade e compreensão. Além disso, é importante manter uma atitude positiva e procurar momentos de lazer e relaxamento, mesmo durante períodos difíceis de desemprego e saúde mental.
Manter uma rotina diária saudável é essencial para a motivação e o bem-estar. Adotar hábitos como rotinas de sono, alimentar-se de forma equilibrada e praticar exercício físico pode reduzir o stress e melhorar o humor. Evitar o isolamento e manter o contato com outros também ajuda a manter a saúde mental em dia, para atravessar este desafio.
Apesar das dificuldades trazidas pelo desemprego e saúde mental, pode aproveitar este momento para refletir sobre a sua carreira e reavaliar objetivos profissionais. Aproveite o tempo para analisar as suas competências e considerar novas oportunidades que talvez ainda não tenha explorado. Pergunte a si mesmo o que sabe fazer melhor e como pode aplicar essas competências de forma mais eficaz no futuro. Além disso, não se limite apenas às competências profissionais; soft skills também podem ser valiosas em contextos específicos. Peça a alguém que o conheça bem para identificar as suas qualidades e competências e ajudá-lo a perceber pontos fortes que talvez ainda não tenha considerado.
Além de refletir sobre as suas competências, é importante explorar o mercado de trabalho. Analise as necessidades da região onde vive ou pretende trabalhar e identifique quais indústrias ou áreas estão em crescimento e oferecem vagas. Entenda que tipo de perfil é procurado nas empresas locais, quais os requisitos e quais as competências valorizadas. Considere também a possibilidade de criar um negócio próprio. Existem apoios e financiamentos para desempregados interessados em criar uma empresa, o que pode ser uma excelente oportunidade para tirar da gaveta uma ideia que já tenha. A pausa no mercado de trabalho pode ser também um momento propício para se reinventar e procurar novos rumos, seja direcionanado a sua carreira em novas áreas ou a desenvolver um projeto empresarial por conta própria.
Ou seja, o desemprego e saúde mental embora desafiantes, podem também ser uma oportunidade de mudança positiva. Apreoveite o tempo para refletir sobre o seu percurso profissional, identificar novos interesses e até mudar de área, o que pode trazer crescimento pessoal e profissional. Para além disso, pode beneficiar de vários apoio disponíveis em Portugal, como o subsídio de desemprego. Pense em aventurar-se noutras culturas e explore a possibilidade de se deslocar para outro país da União Europeia ou para países como a Islândia, Noruega ou Suíça. Embora o desemprego e saúde mental tenha consequências negativas, também em simultâneo ser um ponto de viragem para adquirir novas habilidades, criar uma rede de contactos ou até iniciar um novo capítulo na sua vida profissional no estrangeiro.
Procurar emprego exige uma abordagem estratégica e organizada. O primeiro passo é garantir que o seu currículo está atualizado e bem estruturado. Um currículo claro e sem erros ortográficos é essencial, pois é a primeira impressão que o recrutador ou os recursos humanos de uma empresa terão de si. Utilize modelos de currículo como o Europass ou o “one page CV” para garantir que está a apresentar as informações de forma eficaz e objetiva. Além disso, personalize o seu currículo para cada candidatura, destacando as competências mais relevantes para a posição em questão. Embora a tentação seja enviar várias candidaturas de forma genérica, a personalização demonstra um maior empenho e pode fazer toda a diferença no resultado.
As redes sociais, em particular o LinkedIn, são ferramentas muito úteis. Atualmente, para ter sucesso no mercado de trabalho não basta responder a anúncios, é essencial saber como procurar emprego a partir do networking. No LinkedIn, crie um perfil profissional atualizado, com destaque para as suas competências, experiências e projetos relevantes. Participe em grupos e interaja com outros profissionais para aumentar a sua visibilidade e criar novas oportunidades. Além disso, a construção de uma rede de contactos sólida pode ser crucial para descobrir vagas que não são amplamente divulgadas.
Finalmente, a proatividade e a adaptação ao mercado de trabalho são fundamentais. Prepare-se bem para as entrevistas de emprego, cuide a sua aparência e mostre-se confiante e positivo. Ao falar, foque-se no que pode oferecer à empresa e evite queixas ou críticas sobre situações passadas. Preste atenção também à sua comunicação não-verbal, pois transmite muito sobre a sua postura e atitude. Lembre-se de que, além de ter as qualificações certas, ser proativo e adaptável às exigências do mercado pode aumentar as suas chances de sucesso e ultrapassar os desafios do desemprego e saúde mental.
Em Portugal, os desempregados têm acesso a vários formatos de apoio ao desemprego estatais, incluindo o subsídio de desemprego, o subsídio social de desemprego e o subsídio de desemprego parcial. O subsídio de desemprego é uma prestação em dinheiro destinada a quem perde o emprego involuntariamente. O valor é calculado com base na remuneração do trabalhador. Já o subsídio social de desemprego é atribuído a quem não cumpre os requisitos para o subsídio de desemprego ou após o término deste, sendo pago durante 180 dias e correspondendo a 80% do montante do último subsídio recebido. O subsídio de desemprego parcial é destinado a quem recebe o subsídio de desemprego e começa a trabalhar a tempo parcial ou como trabalhador independente.
Além do apoio financeiro, existem várias ofertas de formação gratuita para desempregados em Portugal. O IEFP, por exemplo, oferece cursos de aprendizagem, cursos de especialização tecnológica, formações modulares certificadas e programas como o “Cheque-Formação” para cursos digitais. Outras entidades, como a Portugal Digital e o CFPIMM, também oferecem formação profissional gratuita em áreas como competências digitais, marketing digital, contabilidade, técnicas de secretariado, entre outras. Para quem procura um desenvolvimento mais específico, plataformas como Santander Open Academy, Coursera, LinkedIn Learning e FutureLearn disponibilizam cursos gratuitos online, permitindo que os desempregados adquiram novas competências e aumentem a sua empregabilidade.
Em momentos de desemprego e saúde mental deve priorizar o auto-cuidado. Caso sinta a necessidade de apoio psicológico, existem vários recursos disponíveis. Falar com alguém de confiança pode ser uma forma eficaz de lidar com o stress e a ansiedade que surgem com a perda de emprego. Se procura apoio profissional, o serviço de aconselhamento psicológico está integrado na linha telefónica do SNS 24 (808 242 424). Não hesite em procurar ajuda se sentir que o impacto emocional do desemprego está a afetar a sua saúde mental, pois pode ser fundamental para lidar com o impacto psicológico do desemprego.
O desemprego e saúde mental estão interligados e afetam diversos aspectos da vida. Manter a motivação após perder o emprego e entender que esta é uma fase temporária é essencial para preservar o seu bem-estar psicológico. Aproveite o momento para refletir sobre suas competências, reavaliar seus objetivos profissionais e explorar novas oportunidades, como cursos de formação ou até mesmo a criação de um negócio próprio.
Ser proativo e adaptar-se ao mercado de trabalho atual é crucial. Atualizar o currículo, investir em networking e participar ativamente na procura de emprego são formas eficazes de aumentar as suas chances de sucesso. Além disso, a saúde mental deve ser uma prioridade, e procurar apoio psicológico quando necessário é fundamental para superar os desafios emocionais do desemprego.
Use este momento para crescer, aprender e preparar-se para as novas oportunidades que surgirão. Com uma atitude positiva e ações estratégicas, é possível transformar essa fase difícil num trampolim para o sucesso do futuro.
