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Depois de dois anos de pandemia e quando tudo parecia voltar a uma normalidade possível, eis que o mundo enfrenta um grave desafio: uma guerra.
No dia 24 de fevereiro de 2022, o mundo acordou com uma notícia que a muitos apanhou de surpresa, mas que já se antevia: uma invasão da Rússia à Ucrânia sob propósitos nem sempre compreensíveis e que tem feito correr muito sangue inocente. Estamos em guerra.
E dizemos estamos, porque esta sentimo-la de perto: é um país europeu, pessoas com cultura e estilo de vida semelhantes aos nossos, o que faz sentir que isto é algo que pode acontecer a qualquer um, em qualquer instante.
Porém, este é um conflito que há muito se adivinhava e que teve início em fevereiro de 2014, onde a luta pelo domínio da Crimeia e partes do território de Donbas, internacionalmente reconhecidas como parte do território ucraniano, fizeram soar os alarmes.
A tensão entre Rússia e Ucrânia foi escalando exponencialmente, até que já no final de 2022 havia alguns indícios de que a Rússia estava a considerar uma invasão militar à Ucrânia.
Isto fez com a maioria dos membros da comunidade internacional e organizações como a Anistia Internacional condenassem a Rússia pelas suas ações na Ucrânia pós-revolucionária, acusando-a de violar o direito internacional e violar a soberania ucraniana. Mas, pelo menos até agora, de nada tem adiantado. Continuam a perder-se vidas.
Os ucranianos mostram uma coragem do outro mundo, oferecem o corpo às balas, sem olhar a meios, mesmo que isso implique arriscar a própria vida. Já os russos ouvem uma narrativa muito diferente da realidade, uma espécie de verdade que só faz sentido aos olhos de Putin e que o mundo não compreende.
INVASÃO MILITAR DA UCRÂNIA: COMO TUDO COMEÇOU
Tudo começou quando o governo russo alegou que um bombardeio ucraniano tinha destruído uma instalação de fronteira. Ainda que a Ucrânia tenha negado estar envolvida no incidente, foi motivo suficiente para a Rússia reconhecer formalmente as autoproclamadas República Popular de Luhansk e República Popular de Donetsk como países independentes.
A suposta libertação destas regiões serviu como pretexto para uma invasão militar à Ucrânia que se iniciou a 24 de fevereiro.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky declarou lei marcial em toda a Ucrânia e todos se prepararam para a luta: militares e civis e até os políticos, demonstrando uma coragem tal que enche qualquer um de orgulho.
Os bombardeamentos russos vão além das zonas referidas, e além dos alvos militares que alegam ser estratégicos. Já se perderam centenas de vidas inocentes, já foram destruídas cidades, mas continua segura a convicção do povo ucraniano em não se querer vergar perante uma guerra de que sentido nada tem.
E O RESTO DO MUNDO?
NATO, UE, Comissão Europeia, ONU, Estados Unidos da América: o mundo compadece-se com o que está a acontecer e multiplicam-se as ajudas humanitárias e de armamento, mas ninguém se atravessa para lutar uma guerra que não lhes pertence.
Entretanto, vão também impondo inúmeras sanções à Rússia, na esperança de que isso seja suficiente para que Putin mude de ideias e ordene aos seus militares que abandonem território ucraniano.
Porém, a Rússia deve conseguir suportar as sanções mais do que o Ocidente se pode dar ao luxo de ficar sem recursos. Isto devido à forte dependência do gás natural e do petróleo produzidos pela Rússia.
Semanas se passaram e o mundo é, a cada dia, um lugar mais triste e estranho, com imagens que nos chocam todos os dias, de civis em sofrimento, de famílias separadas sem saber quando se voltarão a encontrar – e se tal irá realmente acontecer.