PLANO DE TREINO
A CARREGAR...
Imagina acordares um dia e estar tudo certo no mundo. Sabes aquela sensação quando viajas para um país e pensas que ali está tudo feito? Pois é, não aconteceu ainda, pelo menos a cem por cento. Há sempre alguma minudência que diverge da nossa matriz e um pormenor que se desvia da nossa conceção. O que vale é que com o nosso imaginário podemos tudo, portanto, vamos lá!
Viaja para um planeta em que todas as pessoas sorriem em conjunto, dançam a mesma dança, dão cedência de passagem às diferenças, sem qualquer sinal de proibido ou semáforo vermelho. Nesse mundo, todas as flores desabrocham, todas as árvores dão fruto, todos os animais habitam os seus lares, todas as praias hasteiam bandeira verde, quando chove e faz sol ao mesmo tempo, um gigante arco-íris forma-se para, no final, encontrarmos o pote de ouro. Neste lugar respira-se um ar tão puro quanto o que vai na alma dos seus intervenientes. E só há espaço para a felicidade. Seria incrível, certo? A utopia perfeita transcrita para um manual do saber ser, estar e viver.
Ao invés disto, descemos do imaginário para colocar os pés bem assentes na Terra. Somos mais de 8 biliões de pessoas, todos diferentes, com duas sentenças efetivas e um papel em comum: nascermos, andarmos aqui c’o a cabeça entre as orelhas, a fazer alguma coisa para um dia sermos alguém e, no fim, acabarmos todos da mesma forma. Verdade? E o que nos diferencia dos demais será sempre os valores transportados e a nossa atuação individual num mundo coletivo.
Os agentes que coabitam neste mundo têm a responsabilidade de o tornar num lugar melhor para se estar. E é por isso que os quadrantes existentes na sociedade não se resumem aos seus domínios. A partir do momento em que lidamos com pessoas, o círculo alarga-se e a sensibilidade impõe-se, seja na saúde, na educação, na justiça, na habitação ou na cultura. O fitness entra, em primeira mão, na primeira categoria destacada e apanha um quê de entretenimento, pelo menos, na nossa cadeia. Mas vai muito além disso…
Os dados estão lançados para introduzirmos o motivo pelo qual escrevemos isto. É bom que o Fitness tenha um papel interventivo na sociedade. Aliás, a Tribo UP só existe porque foram definidas as diretrizes à priori de que, muito mais do que ginásios com equipas qualificadas, decorações incríveis e localizações fantásticas que motivam os sócios a atingir a sua melhor versão, seja uma comunidade que respeite os valores da Superação, Inclusão, Solidariedade e Sustentabilidade. Na nossa perspetiva, tratando-se de espaços que congregam milhares de pessoas com o propósito de procurar um novo lifestyle que contribua para o bem-estar físico e mental, também podemos ter o papel de mudar mentalidades, enaltecendo os valores essenciais de convivência em sociedade. Um mundo tolerante, vivo, a cores. É por este motivo que somos intermediários desta onda que avança a Liberdade e enrola, com igual rigor e conivência, todos os que integram esta família.
As datas comemorativas existem por alguma razão e nós temos o direito de escolher quais celebrar. Felizmente, temos a capacidade de ser transversais nos temas. Quem acompanha o Fitness UP sabe do que estamos a falar, seja o racismo, a misoginia, o body shaming, o cancro da mama, a saúde mental ou as limitações de pessoas com deficiências. Na ótica da inclusão, dizemos presente em todos os sentidos!
Não temos medo de defender as minorias e as causas em que acreditamos, sob risco de perder seguidores nas redes sociais ou clientes nos ginásios. Temos uma direção a seguir e nada nos fará mover do nosso caminho. Enquanto formos a maior rede de ginásios do país e love brand de centenas de milhares de pessoas, temos responsabilidade acrescida. Dessa forma, campanhas como a defesa dos direitos da comunidade LGBTQIA+ são fundamentais para manter a chama da tolerância acesa e, de uma forma prática, minimizar o preconceito existente na sociedade.
Junho é o mês do orgulho LGBTQIA+ e chegou o momento de abordarmos este tema, dos mais “polémicos” diríamos, integrado na super campanha anual Diferente INdiferente assente na erradicação do desrespeito, desigualdade e discriminação, e alertando para as consequências que destes conceitos advêm.
Assim, chegamos com tudo na defesa dos direitos da comunidade LGBTQIA+! Para os que forem mais sensíveis ao assunto, aconselhamos a preparar o estômago ou, simplesmente, a ignorar algo que não vos é imposto, mas sim, apresentado, em prol de uma sociedade mais justa e livre no que diz respeito à orientação sexual e identidade de género.
Estamos certos de que este tipo de iniciativas também serve para identificarmos quem está a mais ou não faz falta na nossa comunidade. Os comentários insultuosos, de repulsa, ou de troça face à comunidade LGBTQIA+ são muito relevantes para nós. Em primeiro lugar, porque comprovam a importância da intervenção. Em segundo, porque nos ajudam a escrever artigos como este, dando-nos a oportunidade de os desmistificar e refutar ponto por ponto, acusação por acusação.
A igualdade e o respeito são conceitos dos quais não abrimos mão. A defesa da comunidade LGBTQIA+ não se trata de agenda política ou para parecer bem. O nosso posicionamento sempre passará por repudiar a intolerância de uma forma clara e assertiva.
Por isso mesmo, sob o mote “NÃO, NÃO SÃO DEMASIADAS CORES!”, partimos para várias ações que sensibilizam para esta causa. Primeiramente, a paleta de cores LGBTQIA+ é a escolhida para colorir os nossos ginásios e os canais de comunicação da Tribo UP, sejam eles digitais ou físicos.
Por outro lado, demos asas à nossa criatividade e contámos uma história que reflete as dores de quem sofre de homofobia, celebrando a beleza de sermos livres e indiferentes ao julgamento e ao ódio. Admitimos que este vídeo possa chocar quem não está preparado para aceitar o próximo e as diferenças existentes na sociedade.
À porta de cada espaço vais ter uma decisão a tomar, uma vez que estendemos o tapete da inclusão a favor dos direitos desta comunidade com a afirmação “SE ISTO SÃO DEMASIADAS CORES, A TRIBO UP NÃO É PARA TI!”.
Também os membros da nossa família vão poder demonstrar por fora o que sentem por dentro, vestindo orgulhosamente as cores do arco-íris, e ainda perpetuar nos corpos a bandeira da inclusão, tatuando cada detalhe e cada letra da sigla LGBTQIA+.
Com isto, sabemos que não vamos mudar mentalidades tão facilmente. Não basta estalar os dedos e, de repente, está tudo bem. Por vezes, nem vale a pena tentar provocá-lo, mas mantemos uma réstia de esperança, principalmente para com as gerações mais novas no sentido de perceberem exatamente o objetivo deste tipo de ações e não se deixarem levar por populismos e ideologias ultrapassadas que renasceram das cinzas.
De uma vez por todas, fazer parte da comunidade LGBTQIA+ ou defender os direitos da mesma não te compromete de todo, nem fere a tua orientação sexual. Apenas define o grau de humanismo e empatia presente no teu ser. Celebrar o amor seja em que forma for é crucial para um mundo livre de preconceito.
Com esta campanha, se conseguirmos mudar uma mentalidade, já ganhámos. E assim, encontramos o pote de ouro que permaneceu sempre no fim do arco-íris.