PLANO DE TREINO
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Depois da infeção, muitos ainda se queixam dos chamados efeitos a longo prazo da doença. Vejamos o que dizem os especialistas.
É muito comum ouvirmos relatos de pessoas, quer praticassem desporto ou não, que meses depois de terem tido COVID-19 ainda não se sentem a 100%, relatando sinais de cansaço e fraqueza muscular. Nesse sentido, para quem faz exercício físico regularmente, o impacto será maior? Ou será mito?
Hélder Dores, especialista em Cardiologia, Medicina Aeronáutica, no Hospital da Luz deixa-nos um artigo bastante esclarecido sobre o tema. “Sinto as pernas pesadas e não consigo correr como antes, será que é por ter tido Covid? Não tenho a mesma energia que tinha, é a Covid que me faz sentir assim? Mas já passaram uns meses este que estive doente…” São estes muitos dos comentários que mais se ouvem.
E, de facto, parece haver um impacto na generalidade das pessoas e não apenas nos atletas.
A VIGILÂNCIA DO PROFISSIONAL DE DESPORTO QUE TEVE COVID-19
A maior parte das pessoas felizmente tiveram doença ligeira, pelo que se algum destes sintomas se mantiver a longo prazo é preciso fazer a devida avaliação e acompanhamento.
No entanto, se houver algum sintoma mais específico, pode ser preocupante.
Quais São, Então, os Sinais de Alerta?
Dor torácica ou falta de ar são dois fatores a considerar, por serem “sintomas associados à COVID-19 que não apareceram na fase aguda da doença e que surgem meses após a infeção. Isso tem-se verificado particularmente nos atletas”, explica o especialista.
O cansaço, a sensação de pernas pesadas, a dificuldade ligeira em respirar que limita o dia a dia são as queixas mais comuns. De tal forma que se designam de “fadiga crónica pós infeção viral”. É difícil de diagnosticar, até porque, muitas vezes só surge como diagnóstico de exclusão, depois de o médico avaliar as patologias mais graves. E sim, tudo isto tem a ver com a COVID-19.
Até que Ponto estes Sintomas Afetam a Condição Física a Longo Prazo?
A resposta pode ser difícil, até porque, esta é uma doença nova sobre a qual pouco ainda se sabe – e mesmo assim a ciência a cada dia vai tendo mais informações e mais dados reais. Porém, já parece ser um dado adquirido de que algumas pessoas podem, de facto, registar queixas durante alguns meses. Nesses casos, a retoma da atividade física como prática regular deve ser encarada com cautela: aos poucos e sempre acompanhada.
COMO REGRESSAR, ENTÃO, AO DESPORTO?
Se falamos de um atleta ou de alguém que treina intensivamente, é fundamental, de acordo com este artigo referenciado “que não comecem os treinos com a dose de exercício que era feita, antes da infeção. Tem que haver um aumento progressivo e moderado das cargas de treino. Na prática, é como se existisse uma pré-época.”
Isto porque “além do risco de complicações associadas à COVID-19, depois uma paragem mais prolongada, por causa da fase aguda, ao retomar um exercício muito intenso pode estar a aumentar-se o risco, por exemplo, de complicações musculoesqueléticas.”
Além disso, é preciso esquecer que, infelizmente, a pandemia ainda não acabou e não sabemos o que nos espera o futuro. Vamos retomando aos poucos a normalidade, e a prática desportiva é até bastante recomendada, para limpar corpo, alma e mente, tendo também em vista a questão da saúde mental e em como o exercício físico nos pode ajudar.
E é sempre importante relembrar: mesmo já tendo tido a doença, ou já estando devidamente vacinado, deves continuar a seguir as recomendações da Direção-Geral de Saúde, nomeadamente de distanciamento social, uso de máscara e lavagem frequente das mãos.
Fonte:
Hospital da Luz: “O Impacto da COVID-19 nos atletas”